Conforme sublinhou o Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul/STPSUL, expressando a opinião da comunidade piscatória de Cacilhas, se o processo se tivesse resolvido e se a solução encontrada há meses tivesse sido desbloqueada pelo Governo e levada a cabo, poderia ter-se evitado que três embarcações tivessem ido ao fundo na última intempérie, com prejuízos nos motores, gerador, alador, entre outros.


O STPSUL e os Pescadores de Cacilhas têm vindo a protestar pelo arrastamento desta situação sem uma rápida decisão do Governo sobre os terrenos da Mutela, exigindo do Governo e da tutela em particular a atenção merecida para as já difíceis condições de trabalho, agravadas agora com os referidos prejuízos. Os pescadores de Cacilhas estão preocupados perante a possibilidade real de novas intempéries, pelo facto de continuarem sem qualquer local para colocar as embarcações, o que aumenta as possibilidades de risco e prejuízos mais avultados, nas precárias condições em que se encontram.


O PCP tem vindo reiteradamente a suscitar este problema, por escrito e nos debates com a Ministra da tutela, e a atitude de desresponsabilização que tem sido evidenciada pelo Governo não pode continuar. O Ministério com a tutela do sector da Pesca não pode alhear-se desta matéria, e para além da necessária articulação com o Porto de Lisboa, autarquias locais, etc., tem que assumir a sua responsabilidade e tomar medidas concretas de uma vez por todas.


Os deputados do PCP, Bruno Dias, Francisco Lopes e José Alberto Lourenço, quiseram saber como explica o Governo esta paralisia, este silêncio e esta situação de abandono em que tem deixado ao cabo de tanto tempo a comunidade piscatória de Cacilhas, na ausência de resposta aos problemas, soluções e propostas identificadas pelos pescadores e STPSUL e, também, quando tenciona por fim o Governo avançar com as medidas concretas que permitam aos pescadores de Cacilhas desenvolver a sua atividade em boas condições de trabalho e segurança.