Os CTT pretendem encerrar centenas de estações de correios e passar parte do serviço para papelarias e estabelecimentos similares, ficando o resto do serviço só possível noutras estações de correios, quase sempre a vários quilómetros de distância. As estruturas representativas dos trabalhadores dos correios alertaram já para o problema da confidencialidade do serviço que deixará de ser assegurada, tratando-se de informação sobre pensões de reforma, o que pagam ou recebem os cidadãos, a quem enviam cartas e de quem recebem.

 

Verifica-se uma opção de encerramento de estações dos correios em todo o tipo de localidades, desde as freguesias mais isoladas e deprimidas até centros urbanos densamente povoados. Desde o ano de 2000 mais de um milhar de estações e postos de correios foram encerrados, agora coloca-se a perspetiva de mais 200: a continuar esta política serão depois muitas mais.

 

Estamos perante uma operação também de desmantelamento de postos de trabalho cujos contornos e total dimensão estão ainda por revelar. Só no último ano a empresa terá ficado com 669 trabalhadores a menos. Agora a situação tenderá a tornar-se muito mais grave, caso se concretizem as medidas em causa.

 

O Governo quer privatizar os CTT, um serviço com 500 anos de existência, uma empresa que dá lucro e que presta um serviço inestimável às populações de todo o país. Tudo isto está a ser feito em benefício de quem vier "comprar" a empresa CTT, e contra as necessidades das populações e do país. O PCP apresentou já na Assembleia da República um Requerimento no sentido de se promover a Audição urgente do Governo, ANACOM, Administração dos CTT e Estruturas Representativas dos Trabalhadores da empresa. Todavia, impõe-se desde já um questionamento ao Governo sobre esta situação.

 

Os deputados do PCP, Bruno Dias, Francisco Lopes e Paula Santos, quiseram saber que explicações tem o Governo para a aberrante decisão do encerramento de uma Estação dos CTT que serve uma população de cerca de 50 mil pessoas e que medidas concretas serão afinal desenvolvidas para interromper e travar este encerramento, salvaguardando a continuidade do funcionamento da Estação dos CTT na Quinta Grande.