Comunicado da DORS do PCP
COM OS TRABALHADORES E O POVO DA PENÍNSULA, LUTAR POR MAIS SALÁRIOS, PENSÕES, SAÚDE, HABITAÇÃO, TRAVAR O AUMENTO DOS PREÇOS
Reunida a 31 de Maio de 2023, a Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP analisou a evolução da situação política e social, no país e na região, o desenvolvimento da luta e o conjunto das tarefas colocadas à organização partidária.
A situação política e social no plano nacional, é caracterizada pela permanente degradação e pela falta de respostas aos problemas do país, dos trabalhadores e do povo. E está a ser usada para o descrédito do regime democrático e para dar cobertura a forças reaccionárias.
O contraste é flagrante. Por um lado, a recusa por parte do governo PS, em efectuar um efectivo aumento geral de salários – a começar pelo Salário Mínimo Nacional – que se traduza no efectivo aumento dos salários reais, pensões e do poder de compra dos trabalhadores e dos reformados e pensionistas, com consequências muito positivas para a dinamização da economia nacional e desde logo do mercado interno. Por outro lado e ao mesmo tempo, crescem e duplicam escandalosamente os lucros dos bancos das grandes superfícies e dos grupos económicos.
Os resultados estão à vista. É cada vez mais injusta a distribuição da riqueza produzida, crescem as desigualdades e as dificuldades das famílias em fazer face às despesas do dia-a-dia, e aumenta a pobreza nomeadamente entre os trabalhadores.
A Situação Social na Península e a luta dos trabalhadores e populações.
Tal como no resto do País, também na Península de Setúbal nos últimos meses tem crescido e alargado o descontentamento dos trabalhadores e de camadas cada vez mais amplas da população com a política que Governo e patronato têm levado a cabo e que é responsável por uma crescente degradação das suas condições de vida e trabalho.
Foi contra esta situação que se movimentaram e lutaram os trabalhadores da Autoeuropa,Hanon, Visteon, Lauak, Caetano Auto, Caetano Formula, Grupo Inditex (Zara, Bershka, Stradivarius) e da Administração pública Central e Local, conseguindo com a sua luta fazer cair por terra os argumentos de Governo e patronato de que não era possível ir mais longe, conquistando aumentos salariais e redução de horários de trabalho, e defendendo os seus direitos e a Contratação Colectiva.
Foi por estas razões que saíram à rua, em marchas e desfiles, os reformados exigindo e conseguindo que as suas pensões e reformas fossem aumentadas e que o Governo recuasse na tentativa de roubo daquilo a que, até por lei, tinham direito.
Tal como em todo o País, também na Península de Setúbal à degradação do Serviço Nacional de Saúde, responderam os utentes e os profissionais com acções de luta e denúncia pela defesa das maternidades e outros serviços e pela exigência de mais médicos, enfermeiros e outros profissionais, uma luta que assumiu especial significado e dimensão na marcha de 20 de Maio, em Lisboa, em defesa do SNS e pelo direito à saúde.
Também nos Transportes se mantém vários problemas como o dos constantes cortes na oferta da Transtejo devido à falta de manutenção dos navios e o ainda persistente problema com as carreiras, percursos e horários na TST e Alsa-Todi, que tem conduzido a luta pela sua resolução como o Cordão Humano pela exigência da expansão da rede do Metro Sul do Tejo, que se realizou no passado dia 27 de Maio no Seixal.
Descontentamento e luta que têm motivado diversas acções e iniciativas pelo direito à habitação e contra o aumento escandaloso das prestações de empréstimos para aquisição de habitação, promovidas pelo Movimento “ Porta a Porta”, que tiveram lugar em várias localidades da Península e que tem continuidade em novas acções marcadas para dia 3 de junho na Região de setúbal.
Descontentamento e luta com o insuportável aumento do custo de vida que tem estado na base de diversas iniciativas promovidas pelo Movimento “Os Mesmo de Sempre a Pagar” exigindo o congelamento e regulação dos preços nomeadamente dos produtos de primeira necessidade.
Não ao aumento das tarifas dos resíduos, pela retoma à posse pública da AMARSUL e a melhoria do Serviço Público
Cresce, em todos os Concelhos, o descontentamento com o constante e inadmissível aumento das taxas dos resíduos, fruto das opções políticas de diferentes governos do PS PSD e CDS que subjugaram este importante e estratégico sector aos interesses dos privados, e alienaram a empresa pública existente para um grupo privado “Mota Engil” degradando o serviço prestado às populações e as condições de vida e trabalho dos trabalhadores.
Governo PS repete promessas mas não resolve os problemas
Durante este período o governo do PS esteve na Península prometendo que agora é que era, e ia avançar com respostas a antigas aspirações quando, de facto, esta iniciativa não passou de uma enorme acção de propaganda repetindo velhas promessas, mas não resolvendo de facto os problemas existentes nem avançando com vários projectos estratégicos para o desenvolvimento e progresso da região e para a melhoria das condições de vida das populações.
Projectos pelos quais não desistimos de lutar, como o da construção da Ponte Barreiro – Chelas, a expansão da rede de metro Ligeiro, a construção do novo Aeroporto Internacional de Lisboa no campo de tiro de Alcochete, ou a construção do Hospital do Seixal de entre muitos outros.Ou Vamos intensificar a luta pela concretização de medidas como a expansão do serviço Ferroviário pela ponte 25 Abril até as Praias do Sado na Península, e até à Gare do Oriente em Lisboa e pela urgente reparação de navios da Transtejo, e reforço do serviço e da frota ao serviço da CP na Linha do Sado.
Ampliar a luta pelo aumento dos salários, pensões, saúde, habitação, contra a carestia da vida
O PCP desenvolve na Região uma intensa actividade de esclarecimento e mobilização contra a política de direita, na qual se insere a Acção Nacional de Afirmação e Valorização da CDU de 15 a 30 de junho e a Acção dos Deputados do PCP no Parlamento Europeu de 19 a 23 de Junho.
Para o PCP este é o tempo para uma intervenção alargada dos trabalhadores e população e de todos os que são afectados pela política que o Governo PS desenvolve em favor dos interesses do grande capital, nas diferentes acções e lutas em curso em defesa do SNS, da escola pública e demais serviços públicos, pelo direito à Habitação, contra o aumento do custo de vida, e pela aumento dos salários e pensões e apelamos à participação de todos os trabalhadores na jornada de luta convocada pela CGTP/IN dia 28 de Junho em Lisboa.
A DORS do PCP
Setúbal, 31 de Maio de 2023