Não nos podemos esquecer a operação de profundo desrespeito que significou a acção de promoção levada a cabo no dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador, de 2012, pelo Pingo Doce.
O "banco de horas" que a administração, através de regulamento interno, quer impor aos trabalhadores é inaceitável. Trata-se de obrigar o trabalhador a aceitar trabalhar até mais 2 horas por dia, até mais 50 horas por semana e até mais 150 horas por ano, sem qualquer consideração em relação às implicações para a vida e horários familiares e pessoais dos trabalhadores.
Numa situação de não rejeição do "banco de horas", a chefia fica de "mãos livres" para, sem qualquer antecedência, em cima da hora, impor ao trabalhador a permanência no posto de trabalho por mais 2 horas. Para muitos trabalhadores, esta imposição tem consequências e custos em transportes, com creches e amas dos filhos ou em maiores dificuldades na articulação de horários com a família.
Para muitos, significaria que o horário de trabalho lhes ocuparia um período de ocupação de 14 horas diárias (10 horas de trabalho, 2 horas de intervalo de refeição, 2 horas de deslocações casa-trabalho-casas), sem qualquer compensação garantida, já que a empresa não se compromete no que respeita a qualquer prazo para compensação das horas de trabalho a mais. Além de constituir um roubo nos salários, o "banco de horas" abre caminho para reduzir ainda mais o mínimo de trabalhadores em cada secção ou loja.
Por isso, a rejeição por parte de cada trabalhador é tão importante! Dizer "não ao banco de horas" é fazer valer o direito a que todos os trabalhadores têm a uma vida digna, em que os horários de trabalho se compatibilizem com a vida familiar!
Também nesta luta concreta, a unidade dos trabalhadores de cada loja, de cada secção é fundamental! Se mais de 25% de trabalhadores de uma secção ou loja rejeitarem por escrito o "banco de horas", o mesmo só será obrigatório para os trabalhadores que o aceitarem.
O Gabinete de Imprensa da DORS do PCP