Trata-se de uma opção a todos os títulos inaceitável, quando se conhecem as crescentes dificuldades a que as populações estão sujeitas, desde a degradação da rede de transportes públicos e respetiva acessibilidade, até às novas e maiores restrições que estão sendo aplicadas no Centro de Saúde da Costa da Caparica (para onde os utentes são encaminhados), passando pelo agravamento geral do custo de vida. Esta medida é de resto mais uma etapa no caminho de desagregação do SNS, não só com a retirada aos utentes de uma resposta fundamental ao nível dos cuidados primários de saúde, mas também com a sobrecarga ainda maior que daqui resulta para as estruturas existentes (designadamente o Centro de Saúde da Costa da Caparica, o Hospital Garcia de Orta, etc.)


Esta degradação do acesso aos cuidados de saúde decorre dos cortes orçamentais impostos pelo Pacto de Agressão da Troika, subscrito por PS, PSD e CDS-PP, e das políticas do atual Governo PSD/CDS-PP. Apesar do Governo apregoar o reforço ao nível dos cuidados de saúde primários, as políticas que implementam, de redução de trabalhadores e de redução do horário de funcionamento de serviços ou o seu encerramento, conduzem à deterioração das condições de resposta ao nível dos cuidados de saúde primários. O desinvestimento nos cuidados de saúde primários tem impactos muito negativos nos utentes, criando dificuldades acrescidas no acesso à saúde.


Os deputados do PCP, Bruno Dias, Francisco Lopes e Paula Santos, quiseram saber que medidas serão desenvolvidas pelo Governo para reforçar os meios humanos no Centro de Saúde da Trafaria, nomeadamente de médicos, enfermeiros e administrativos. Interrogaram também o Governo para saber se este vai ou não repor e melhorar o serviço de consulta de adultos do Centro de Saúde da Trafaria e como pretende garantir o acesso aos cuidados de saúde dos utentes das Freguesias da Trafaria e Costa da Caparica, com qualidade e num tempo adequado.