Um pouco por todos os serviços do Hospital Garcia de Orta verifica-se a falta de roupa para a cama e para o banho. O funcionamento dos serviços com roupa insuficiente, coloca sérios riscos no que se refere à higiene, mas também no controlo de infeções hospitalares.
Não há toalhas para os doentes internados se limparem após o banho, limpando-se a lençóis. Foram relatadas situações em que por vezes não há lençóis lavados suficientes, sendo dito aos doentes para se limparem com os lençóis usados nas camas, enquanto os assistentes operacionais fazem as camas com lençóis lavados.
Como o Hospital Garcia de Orta, EPE adjudicou a lavagem da roupa a uma empresa, há uma enorme pressão para reduzir a roupa, designadamente os "quilos" de roupa para lavagem, porque o custo está associado aos quilos de roupa entregues à empresa.
Esta realidade causa redobradas preocupações no serviço de especialidades médicas, que trata os doentes com doenças infecto-contagiosas. Neste serviço há apenas uma casa de banho para os doentes internados com doenças infecto-contagiosas. Num serviço, onde deveria existir algum recato e isolamento dos doentes, atendendo às características de cada patologia, assim como a adoção de medidas para evitar o contágio nos casos em que se justificam, estes procedimentos são absolutamente imprudentes.
Esta situação decorre do desinvestimento do governo no Serviço Nacional de Saúde. Os sucessivos cortes nos orçamentos dos hospitais e a aplicação da lei dos compromissos e dos pagamentos em atraso criaram constrangimentos diários nos serviços hospitalares, nomeadamente ao nível do seu funcionamento básico.
Os deputados do PCP, Paula Santos, Francisco Lopes e Bruno Dias, perguntaram ao Governo que avaliação faz das condições de funcionamento dos serviços no Hospital Garcia de Orta, perante a falta de roupa.
Os deputados comunistas também quiseram saber como justifica o Governo que no serviço de especialidades médicas não sejam garantidas as condições de funcionamento adequadas, atendendo a que algumas das patologias são contagiosas e que medidas pretende tomar para garantir o adequado funcionamento dos serviços.
O Gabinete de Imprensa da DORS do PCP