Estamos a viver uma situação bastante difícil, um grave surto epidémico espalhou-se pelo mundo, o COVID-19. À boleia deste surto, o grande capital não perdeu a oportunidade para tirar partido dela. Foram e continuam a ser muitos os trabalhadores que viram as suas vidas a desabar novamente, por via do desemprego, situações de Lay-off ou agravamento das condições de trabalho, nomeadamente a falta de material de protecção. São muitos os atropelos aos seus direitos.
Depois de cerca de 2 meses de confinamento devido ao perigo de contágio, depois de todos os dias nos dizerem, através dos diversos meios de comunicação, como é que nos devemos proteger, que máscaras devemos usar, como lavar as mãos e desinfectar com álcool gel, etc.
Os trabalhadores da recolha de resíduos sólidos e urbanos no município do Barreiro, que estiveram sempre a trabalhar, embora de forma mais reduzida, não tinham máscaras nem álcool gel. Vieram depois e devido à intervenção do STAL.
Os motoristas dos SMTCB estão a trabalhar sem condições de segurança, uma vez que reduziram carreiras e desta forma não conseguem cumprir com as normas de segurança, porque não têm forma de controlar a entrada de passageiros nos autocarros. As máscaras chegaram tarde e são em número reduzido. O álcool gel não chega, quando acaba leva muito tempo a ser reposto.
Há trabalhadores administrativos que foram chamados para trabalhar nos serviços de atendimento ao público que continuam encerrados, não lhes foi atribuído trabalho, mas são obrigados a estar ali só porque sim.
No “Nicola” a maior parte dos trabalhadores começou a trabalhar com horários desregulamentados no dia 11 de Maio, sem máscaras e sem álcool gel para desinfectar as mãos. Para cúmulo dos cúmulos, passados 2 dias distribuíram viseiras e uma caixinha com o logótipo da CMB que trazia meia barra de sabão oferecido por uma empresa do concelho. Entretanto, o Executivo PS decidiu gastar cerca de 7 mil euros nas caixas com o logótipo. As máscaras chegaram no dia 22 de Maio, 5 por cada trabalhador. O álcool gel não é para todos, a maior parte dos trabalhadores do Nicola não tem.
São opções políticas.
7 mil euros davam seguramente para comprar muitas máscaras e álcool gel para proteger os trabalhadores…
No Nicola as condições das instalações são deploráveis, as telhas são de amianto e muitas estão partidas e em risco de cair. As fortes chuvadas que se fizeram sentir no dia 22 de Maio inundaram a carpintaria, com máquinas de corrente trifásica, e o armazém, situação que é recorrente. Estes trabalhadores estão em situação de risco permanente nos seus locais de trabalho.
O Executivo do PS na CMB, no início do mandato veio anunciar que os trabalhadores que se encontram no Nicola iriam passar para as instalações do LIDL em Santo André. O negócio está feito, a CMB está a pagar ao LIDL cerca de 9 mil euros por mês, durante 10 anos, mas os trabalhadores continuam no Nicola, sem saber quando é a tal mudança ou se ela vai acontecer.
A Célula dos Trabalhadores das Autarquias do Barreiro do PCP vem desta forma repudiar todos os atropelos e faltas de respeito aos trabalhadores levadas a cabo por este Executivo do PS.
No combate ao vírus, nem um direito a menos!
Os direitos não estão de quarentena!
29 de Maio de 2020
O Secretariado da Célula dos Trabalhadores das Autarquias do Barreiro do PCP