De novo, a Volkswagen, gigante multinacional alemã do ramo automóvel que em 2022 teve 279.232 milhões de euros receitas (+11,6% que em 2021) e mais de 14 mil milhões de euros de lucros tenta, perante problemas que lhe surgiram na sua cadeia de fornecedores, fazer rebater sobre os trabalhadores, seus rendimentos e postos de trabalho as consequências das suas opções.
Não é minimamente admissível que, perante o surgimento de problemas, a solução que a VW encontra seja recorrer ao lay-off, mesmo que mitigado, quando a empresa tem ao seu dispor mecanismos para fazer frente a este problema.
Esta decisão influencia não apenas a fábrica em Palmela, mas todo o Parque da VW AutoEuropa. O sistema usado pela AutoEuropa de inexistência de stock faz com que obrigatoriamente a produção das empresas do Parque também tenha de ser cancelada, num cenário em que os trabalhadores estão mais desprotegidos pois a precariedade nestas empresas é muito maior.
O PCP tem conhecimento de despedimentos de trabalhadores nas empresas Benteler e KWD, bem como trabalhadores que perderam rendimentos no lay-off.
A decisão da VW Autoeuropa de suspender a produção, por causa de problemas surgidos com um fornecedor esloveno, não pode servir para colocar em causa postos trabalho de muitos trabalhadores temporários ou precários das empresas fornecedoras da VW Autoeuropa e os rendimentos dos restantes trabalhadores destas empresas.
O PCP, por via do seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República, fará chegar um requerimento ao Ministro da Economia e outro junto do Ministro do Trabalho.
Como no passado, também hoje os trabalhadores podem contar com o PCP na defesa dos seus direitos e postos de trabalho.
O Executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP
7 de Setembro de 2023