O PCP visitou no dia 9 de Abril a MTS com uma delegação composta por dirigentes nacionais e regionais e o deputado Bruno Dias, dando expressão à preocupação que desde sempre tem com a mobilidade das populações da Península de Setúbal. Além da visita, o PCP teve encontros com a Administração e os representantes dos trabalhadores, bem como contactos com os trabalhadores.
Esta visita e as trocas de opiniões tidas no decurso da visita confirmaram a opinião que de há muito o PCP tem sobre as causas e os responsáveis por o metro ligeiro de superfície não estar a assumir o papel que devia ter na mobilidade das populações da Península de Setúbal.
As causas são:
1. A PPP – Parceria Público-Privado que o governo do PSD celebrou com o operador privado Metro Transportes do Sul (empresa do grupo Barraqueiro) que custou 125,47 milhões de euros desde o seu inicio até 2013 como apurou a auditoria do Tribunal de Contas, e que desde então leva a que sejam despendidos todos anos mais 7 milhões de euros.
2. O passe social intermodal não ser válido desde o inicio neste modo de transporte e que, posteriormente, para o utilizar combinado com o passe social, os utentes tenham que pagar um suplemento no valor de 9 euros.
3. O inadmissível adiamento que se verificou na expansão da rede do metro de ligeiro de superfície.
Os responsáveis são:
1. Os sucessivos governos PS, PSD e CDS que têm dado ao longo dos anos condições e apoios, directos e indirectos, aos privados que nunca foram dados às empresas públicas e que em relação a esta PPP, com essas opções, os diferentes governos não só prejudicaram os utentes, os trabalhadores e o país como permitiram aos privados arrecadar milhões de euros ao longo dos anos.
2. O actual governo PS, com o seu despacho sobre a expansão da rede do metro ligeiro de superfície, que não responde ás expectivas das populações, para além de não envolver os operadores públicos, protela no tempo o lançamento da 2ª fase - Corroios-Fogueteiro e a 3ª fase - Fogueteiro-Seixal e Seixal-Barreiro.
Esta visita confirma que cresce o descontentamento dos utentes com a evolução da mobilidade na Península de Setúbal, bem como o dos trabalhadores com as suas condições de trabalho e de vida e que a Parceria Público Privado (PPP) que concessionou a operação do metro ligeiro de superfície à MTS é prejudicial ao país, aos utentes e aos trabalhadores.
O PCP relembra que desde o final dos anos 90 do século passado que nos batemos a todos os níveis da nossa intervenção para que este modo de transporte assuma um papel estruturante na mobilidade das populações que vivem na Península de Setúbal, com impactos muito positivos na sua qualidade vida. E afirmamos que para este serviço estar em condições de responder ás necessidades das populações é necessário:
1. Que o Governo dê orientações ao grupo de trabalho que criou para estudar a expansão da rede de metro ligeiro de superfície que permitam lançar quanto antes a 2ª fase - Corroios-Fogueteiro e a 3ª fase - Fogueteiro-Seixal e Seixal-Barreiro.
2. Que pela importância que assume na mobilidade regional e pelos meios e recursos públicos que absorve, se ponha fim ao esbulho de recursos públicos que esta PPP representa, integrando a concessão no operador público CP
As populações da região podem estar certas que o PCP continuará, quer no plano da Assembleia da República e das autarquias locais, quer no plano da acção e iniciativa política, a agir para a concretização da expansão da rede de Metro Ligeiro de Superfície.
O Gabinete de Imprensa da DORS do PCP