Face às notícias vindas a público sobre a anuência por parte do PCP à construção de um terminal de águas profundas no Barreiro, o PCP vem esclarecer:
A posição do PCP relativamente aos chamados Investimentos de Elevado Valor Acrescentado, ficou claramente expressa num comunicado da Comissão Política do Comité Central de 7 de Março, com o título "As propostas do PCP face aos objectivos do Governo em torno das infra-estruturas de transportes e logística", onde não só denuncia a política de abandono do investimento público por parte do Governo, como também as inúmeras manobras de propaganda que estão em curso para legitimar uma política de privatização e concessão de infraestruturas públicas.
No mesmo documento, é expressa de forma contundente que o actual governo, pela política e opções que tem vindo a assumir, "não está em condições de promover qualquer desenvolvimento ou modernização das infra-estruturas de transportes e logística no nosso País." Salienta-se ainda que "o acordo do PCP quanto a projectos seleccionados, quando isoladamente considerados, não significa, antes pelo contrário, a aceitação das orientações programáticas que suportam tal programa de investimentos.", pelo que, qualquer tentativa de arrastar o PCP para um apoio ao governo sobre o chamado programa de "Investimentos de Elevado Valor Acrescentado" é abusiva.
Assim, e relativamente à construção do terminal de águas profundas no Barreiro, o PCP sublinha que a desejável ampliação da actividade portuária no Barreiro não poderá ser feita à custa da desactivação das instalações portuárias na margem Norte do Tejo, posição esta que colide abertamente com a intenção do Governo que se prepara para liquidar a actividade portuária entre a zona de Santa Apolónia e o Parque das Nações.