A Comissão Concelhia da Moita do PCP, reunida no dia 03 de outubro, debateu e analisou a situação social e as consequências da situação para o concelho e sua população.
É hoje completamente claro que a maioria absoluta do PS agrava os problemas dos portugueses e que a sua governação inverteu o caminho de recuperação de rendimentos e direitos, que se tinha percorrido desde 2015, quando a direita foi derrotada e quando foi parado o caminho de empobrecimento.
A situação social vivida pelos trabalhadores e pela população do Concelho da Moita caracteriza-se por um aprofundamento muito rápido das dificuldades, aumento do custo de vida com destaque para os custos com a habitação e para os preços dos bens e serviços essenciais, ao mesmo tempo que opções políticas promovem a degradação dos serviços públicos, nomeadamente na saúde e na educação.
Na saúde, a situação degrada-se rapidamente, com o acesso aos cuidados de saúde a ser mais difícil. Os elevados custos com medicamentos, a falta dos mesmos, o cada vez mais longo tempo de espera para aceder a consultas e actos médicos, a falta de profissionais nos centros de saúde e hospitais, encerramento de serviços e milhares de pessoas sem médico de família.
No ensino, o estado das escolas secundárias e 2 + 3 do concelho é lastimável. Durante décadas os sucessivos governos PS, PSD e CDS sub-financiaram a Educação, não garantindo os recursos necessários para a manutenção destes equipamentos escolares que ainda hoje não estão completos, pois continuam a faltar os pavilhões da Escola Secundário da Baixa da Banheira, Escola Básica do Vale da Amoreira, Escola Mouzinho da Silveira e Escola Fragata do Tejo.
A transferência de competências nas diferentes áreas, mas principalmente na Educação e Acção Social, demonstram a opção do PS de asfixiar os serviços públicos, desprovendo-os de recursos e empurrando-os para a degradação, com vista à sua privatização, deixando milhares de pessoas, que vivem e trabalham no país, amputadas dos seus direitos fundamentais.
Os serviços municipais degradam-se de dia para dia. O esforço dos trabalhadores, o seu empenho e profissionalismo, não consegue anular os efeitos da arrogância do executivo e a incompetência resultante da sua falta de capacidade de planeamento e gestão. A progressiva privatização de serviços, muitas vezes recorrendo a empresas que utilizam sistematicamente trabalhadores estrangeiros, mal remunerados e explorados, como para o corte de ervas e a recolha de resíduos, aumenta a fatura dos munícipes que agora pagam mais e têm muito pior serviço. Nunca ocorreram tantas rupturas no sistema de abastecimento de água e nem tantas interrupções no fornecimento deste bem essencial, o que não se explica racionalmente e que deixa suspeitas de vontade de privatizar. A Higiene Urbana piorou muito. As ervas e o lixo por todo o lado são a imagem de marca de um executivo municipal e dos executivos de freguesia que preferem apostar na propaganda do que resolver problemas. A demora na marcação de reuniões e atendimentos, o aumento da burocracia, são apenas a face visível do desnorte de quem não consegue cumprir o muito que prometeu, e nem sequer consegue manter o nível de qualidade dos serviços que herdou. A desvalorização dos trabalhadores municipais, bem como o mau relacionamento entre estes e os eleitos são a ponta do iceberg numa estrutura cada vez mais pesada e ineficiente.
A situação é dramática na habitação, com milhares de pessoas a privarem-se de necessidades básicas para preservarem as suas casas. Também aqui, o executivo PS no nosso concelho muito prometeu nada fez. O Município da Moita é o único dos 18 Municípios da Área Metropolitana de Lisboa sem ter uma única candidatura submetida ao PRR Habitação!
A Comissão Concelhia do PCP saúda as centenas de milhar de pessoas que participaram nas acções de luta em 22 cidades portuguesas no passado sábado.
Aos trabalhadores e à população do concelho da Moita dizemos que é urgente travar este caminho. Temos propostas que apresentamos nas Autarquias, na Assembleia da República e no Parlamento Europeu. Propostas construídas com quem está ligado à vida, pois resultam do contato directo com a população.
A valorização dos salários e pensões, o respeito pela dignidade de quem trabalha e de quem trabalhou, a defesa e o reforço dos serviços públicos, são os nossos objetivos e para os atingir trabalhamos todos os dias.
Alhos Vedros, 3 de outubro de 2023