Esta medida do Governo PSD/CDS, que conta com a conivência da Câmara Municipal do Montijo, deixa a população do Montijo mais pobre, dificulta ainda mais o acesso aos cuidados de saúde a que os Montijenses têm direito e é parte integrante de uma política em curso de destruição lenta do actual Hospital do Montijo e de todo o Serviço Nacional de Saúde, que está a condenar o povo português e a população do Montijo a um retrocesso sem precedentes e que colocará em risco vidas humanas.
Do protocolo assinado em Fevereiro de 2007 entre a Câmara Municipal do Montijo e o Governo, sobre o Hospital do Montijo, nenhum dos pontos previstos é neste momento favorável à população do Montijo. Prometeram aumentar as valências, não aumentaram. Prometeram uma unidade de AVC`s, não existe. Prometeram desenvolver as actividades nos serviços de Fisioterapia, Análises clínicas e Rádiologia, retiraram secções. Prometeram Cirurgia de Ambulatório, ainda não existe. Prometeram uma Unidade de Convalescença, também não existe. Prometeram a articulação com os Centros de Saúde até às 22h00 nos dias úteis e até às 15h00 nos fins-de-semana e feriados, não acontece.
Prometeram uma Ambulância SIV sediada no Município do Montijo, que até momento não existe, o que coloca em risco a vida das populações da área deste Hospital, ainda mais agora que foram transferidas as Urgências Médico-Cirurgicas para o Hospital do Barreiro.
O PCP, ao mesmo tempo que condena esta política de desastre e agressão ao povo português, apela ao protesto, à indignação e à luta das populações, dos utentes, dos profissionais dos serviços de saúde, para que ergam a sua voz contra este rumo do actual Hospital do Montijo e das políticas de saúde em Portugal.
O PCP chama a atenção da população do Montijo para o facto de todos estes problemas se irem agravar no futuro, em consequência das medidas acordadas entre a Troika internacional e o PS, PSD e CDS-PP, nomeadamente com a redução significativa das despesas operacionais dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde; as medidas de contenção na gestão de pessoal; a introdução do co-pagamento nas despesas com a saúde por parte dos utentes e a política de redução das comparticipações dos medicamentos, que configuram uma violação do artigo 64º da Constituição da República Portuguesa, que garante o direito à saúde "através de um Serviço Nacional de Saúde universal e geral e tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito".
O PCP, continuando a defender a melhoria das condições do actual Hospital do Montijo e o início do processo de construção de um novo Hospital público Montijo/Alcochete, apela à população do Concelho para que se mobilize, na defesa de uma das mais importantes conquistas civilizacionais que é o direito à saúde e deste importante instrumento para a sua concretização que é o Serviço Nacional de Saúde.