O apelo à luta reforçada contra a desresponsabilização do Estado e por um verdadeiro Serviço Público de apoio à criação contemporânea e de inventariação, defesa e salvaguarda do património cultural, pela melhoria das condições de exercício, estabilidade profissional e protecção social dos trabalhadores, por um financiamento adequado aos objectivos constitucionais de desenvolvimento e democratização da cultura, pela afirmação cultural de Portugal num quadro de relacionamento solidário com todos os povos do Mundo, foi o ponto de partida da intervenção inicial de Bruno Dias, deputado e membro do Comité Central do Partido, que a um momento enfatizou: "Certamente os governantes portugueses lêem com atenção a Constituição da República, mas com a intenção de pura e simplesmente fazerem o contrário do que ela consagra".
A denúncia da atribuição de subsídios em função da bilheteira, resultante da comercialização da cultura, a afirmação de que as ideias têm que preceder a gestão e neste sentido o reconhecimento de que o projecto autárquico do PCP, para além da obra feita, aposta na formação de públicos, a necessidade de evoluir da noção do serviço público para o de "sistema público", perpassaram as muitas intervenções, todas convergindo para a convicção de que os profissionais do sector engrossarão a Greve Geral de 24 de Novembro próximo. Neste sentido, a Petição "As Artes e a Cultura para além da crise" e o "Manifesto em Defesa da cultura" foram objecto de apoio.
Da mesa falaram ainda Ana Teresa Vicente, Presidente da Câmara Municipal, Alberto Pereira, técnico superior e membro da Comissão Concelhia de Palmela, e Valdemar Santos, da DORS do Partido
A iniciativa proporcionou a visionamento de pinturas seleccionadas para a XVII Bienal da Festa do Avante!, de Setembro último, em particular de artistas plásticos da Península, e a leitura por Fernando Casaca de um extracto de Quando os Lobos Uivam, de Aquilino Ribeiro, obra merecedora de uma edição de muita qualidade pelas Edições Avante! em 2008, cuja teia mantem particular acuidade à luz das palavras de Jerónimo de Sousa ao caracterizar a orientação política do PS, PSD e CDS-PP para a esfera da Segurança Interna: "Não trocaremos a liberdade pela segurança, porque ficaríamos sem ambas".