Envolvendo a facilitação dos despedimentos, a redução
das indemnizações, o alargamento da precariedade, o
ataque à contratação coletiva, a redução do pagamento
de horas extras e do trabalho em dias de descanso, as
alterações da legislação laboral têm como elemento
destacado a tentativa de alargamento do horário de
trabalho, com vista a assegurar a máxima acumulação do
lucro pelo capital.
A chamada meia hora de trabalho a mais, que representa
duas horas e meia por semana para uso de banco de
horas com vista à imposição do trabalho ao sábado, com
a eliminação de alguns feriados e de três dias de
férias, significaria trabalhar um mês por ano sem
remuneração, mais desemprego, trabalho forçado, e um
retrocesso social e civilizacional contrário ao
progresso dos últimos cento e cinquenta anos de
redução progressiva do horário de trabalho.
O PCP considera que é necessário e possível derrotar
tal retrocesso, rejeitar o pacto de agressão e abrir o
caminho a uma política patriótica e de esquerda, a um
Portugal com futuro e que a luta dos trabalhadores é
decisiva para o conseguir.
Assim, no quadro destas preocupações e objetivos, da
discussão pública da legislação do aumento do horário
de trabalho e integrada na campanha nacional de
esclarecimento e mobilização contra o aumento da
exploração e as alterações da legislação de trabalho,
o Grupo Parlamentar do PCP promove uma audição
pública, para a qual convidou órgãos
representativos dos trabalhadores da Península de Setúbal, com a
presença do Secretário-geral do PCP
Jerónimo de Sousa e de Deputados eleitos por
Setúbal.